Ver o arquiteto urbanista Vicente Loureiro escrever para o caderno de Baixada do "Extra" dá sentimento de revolta pela falta de realidade ou ignorância total dele.Prefiro achar que o urbanista infelizmente ignora a realidade.Falar que é hábito as pessoas pobres da periferia com carência sairem a pé de suas casas para se deslocar para outro lugar é de rir."Por isso,é cada vez maior o número de pessoas andando a pé em direção às centrais,vindo de bairro vizinhos a 2 a 3 quilômetros de distância de 30 min de caminhada."(lOUREIRO,Vicente A opção de andar pé nos centros,Jornal Extra,09/05/2013)Devo imaginar que ele se refere ao bairro nobre de Nova Iguaçu,K-11,onde homens e mulheres saem de seus condominios ou casa irem comprar pão ou fazer caminhada.Porque o pobre que faz essa caminhada faz isso para economizar o dinheiro da passagem que está cada vez mais cara ou porque o ônibus não passa em seu bairro,aqui em Nova Iguaçu.Nas outras regiões do Brasil,a coisa é pior ainda,onde nem ônibus tem ou as crianças tem esse hábito tão calmo de andar a pé ,antes acordam 4 da manhã para chegar atrasado para estudar em sua escola.Passam por caminhos barrentos,rios etc.Acho que o Vicente Loureiro deve ter ido de carro e apenas admirando a paisagem e achando que as pessoas fazem isso por pura questão antropológica ritualística.Comparar a nossa realidade a Londres e Nova York é desrespeita o senso de escala e realidade do leitor.São grandes centros,onde a urbanização é de 100%,não dando espaço a ruas não asfaltadas.E as pessoas vão fazer caminhadas lá para curtir a cidade,fazer compras e ter pontos de encontros.Bogotá,a urbanização ainda está em processo de construção,onde ainda há periferias também aqui do Brasil.E lá ainda há a questão da violência dos traficantes que ainda não cessou,por mais que a mídia coloque que o modelo colombiano de segurança tenha extirpado a violência de lá.Assim como as nossas UPP´s deve vender mentira aos colombianos.A idéia que causa mais revolta é você querer vender a idéia de um corredor pedestral para ligar algumas cidade da Baixada Fluminense com a idéia de se usar um elevador imaginário para a pessoa descer e subir para ir para suas casas,mas só que elevador seria de andar."Para subir um andar ou subir dois,use a escada"(...)Poderia quem sabe assim " Para os deslocamentos de até 3 km,faça uso das calçadas,caminhe.(LOUREIRO,Vicente A opção de andar pé nos centros,Jornal Extra,09/05/2013)Se tivéssemos calçadas...Acho que a calçada para Vicente Loureiro continua a ser as calçadas da Barra da Tijuca,do K-11 ou até da Via Light que ele ajudou a ser construído. Os bairro de Nova Iguaçu tem calçadas em péssima qualidade e ainda infestada pela desordem urbana,já que muita delas estão ocupadas por vendedores ambulantes e carros,obrigando as pessoas andarem no meio fio com risco de serem atropeladas.
A didática do Loureiro é tratar o leitor com infantilidade ou simplesmente o própio entrou em delírios europeus ao ter ido a cidades europeias e ter dado de cara com essas placas.Engraçado que quando o urbanista foi secretário de urbanismo a periferia sempre nunca teve planejamento decente,se resumindo a asfalto e colocação de algumas calçadas feitas de forma duvidosa.Fora os lixeiros que sempre passa na cidade.Não houve uma solução para os engarrafamentos nas principais vias como a do Centro,Posse e Estrada de Madureira.Um outro artigo que escreveu sobre o trem do Rio,me senti em alguns momentos em Paris ou Londres com uma caneca de capuccino e um pão com queijo chedar.A visão de Vicente do uso das pessoas do trem chega a ser onírica ou de uma desumanidade feroz.Falar que o trem da Supervia oferece um bom serviço?Acho que você deveria pegar o trem as 6 da manhã. e voltar para a terra.*********************************************************************************O caderno da Baixada do Extra é bom,mas peca pela coluna social que é mais parece uma exaltação da sociedade iguaçuana do K-11.Que saudades do Írio e Alberto Aquino
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segunda-feira, 3 de junho de 2013
Chamando Vicente Loureiro na terra.
domingo, 24 de junho de 2012
A morte da história iguaçuana
Em novembro de 2010 , a cidade do Rio vivia em guerra por causa da desocupação do Morro do Alemão, sai da estação de trem para ir para a casa,depois de ter vindo de um dia maravilhoso no bairro de São Cristovão apesar de haver boatos que este bairro seria invadido por uma fuga de traficantes.Porém como estava querendo buscar elementos para minha monografia sobre as emancipações ocorridas depois de 1992 na cidade de Nova Iguaçu resolvi falar com Ney Alberto no Centro Cultural Sylvio Monteiro.Adentrei em sua sala para fazer uma entrevista com ele.Me recebeu de braços abertos´com bastante simplicidade e um riso largo e começou falando da cidade sem ao menos perguntar quem eu era.Descobrindo que eu era estudante de geografia, me impôs que falasse que Cabuçu não fazia parte da Baixada Fluminense e sim da Baixada de Sepetiba. Na verdade eu queria que falasse sobre emancipação e seus processos.Porém ele falou que o tema era grande bobagem e que eu me apegasse a essa questão,mais acabava falando de outras coisas como a história da cidade e depois música,tv,política ,das antigas e atuais de suas composições Fora quando falava de mulatas também.Quando tentava retornar ao assunto sempre via uma pessoa ou talvez duas ou mais para uma roda de papo.Ai pronto tinha que voltar no dia seguinte ou numa outra semana para conversar,coisa impossível porque sempre tinha uma roda para tal conversa.
Outra característica de Ney Alberto era odiar a tecnologia.Rejeitava qualquer tipo de coisa moderna.A marca dessa ojeriza era máquina de escrever.Jamais a dispensou mesmo quando um vereador lhe ofereceu um notebook e Ney simplesmente mandou que enfiasse na bunda quando o mesmo falou aonde poderia colocar.Claro que a resposta foi na sua ironia clássica a quem não conhecesse ficaria chateado.No caso do vereador foi a gargalhadas.
A máquina de escrever era um símbolo que fazia questão de usar para mostrar que a história deveria ser respeitada e cultivada.Foi nela que fez canções,estudos,relatos,fatos,frases,comentários, porém jamais livros.Falava que se quisessem ler alguma coisa dele que fizessem coletâneas depois ,porque organizar textos era um saco.Na verdade queria escrever um livro, porém perfeccionista não chegou a concluir um livro.Fez uma poesia para a cidade quando fez um poema contando a história de Nova Iguaçu em versos rimados. com deboche que o caracterizava.Não é bem um livro apenas um recital poético que no final Ney mandou graficar alguns e distribuir a amigos queridos.
Jamais torceu para times porque simplesmente dizia que ninguém torcia para ele,mais era fã de Garrincha e Canhoteiro,ex ponta do São Paulo-58 que dizia ser melhor que Pelé.Não tinha vergonha de entrar em polêmica,sempre emitia sua sincera opinião mesmo que talvez contraposse o outro.E sempre com muita sensatez e as vezes com ironia ácida.
Seu outro companheiro que acompanhava em todas as suas atividades era o cigarro.Tinha um relação de carinho com o canudo de nicotina com n quantidades de químicos.Fumava aos montes.Fumava um e já acendia outro cigarro para substituir o que estava fumando.Era praticamente a vírgula.
Sua saúde era frágil devido a um derrame agressivo que afetou o movimento do rosto e um pouco seu movimento da perna.Mas como teimoso que era desafiou tal limitação para continuar sua obra que era reunir arquivos sobre a cidade de Nova Iguaçu onde possuía mais de mil retratos e vários incontáveis arquivos.
Como sempre contrapondo a tecnologia,guardava esses documentos na salinha que ficava em pequenos armários que pedia algum funcionário do espaço para organizar.Fazia isso depois de ter catalogado tudo com suas vistas cansadas.
A sua vida tranquila na salinha que fazia como um quase sarau cultural virou um inferno quando o secretário de Cultura Anderson Ávila pediu "educadamente" que se retirasse da sala porque ele iria ocupar aquele espaço como sede da secretária da cultura .Em vez de transferi-lo para uma sala com espaço onde Ney pudesse colocar suas coisas e também pudesse locomover com mais facilidade devido a sua idade avançada,o colocaram numa sala pequena acima quase que apertada e onde não pode arrumar tudo
Aos poucos devido a atitude do secretário foi adoecendo e acabou não podendo exercer porque descobriu um câncer na espinha medular óssea,onde ficou em casa até a sua morte na sexta feira (22)
Morreu Ney Alberto,morreu uma parte enorme da história de Nova Iguaçu que nunca por parte dos governos de várias escalas desde nosso municipio até estadual jamais reconheceu a história de nossa cidade como uma história muy importante para ser contada como a construção de um museu de Nova Iguaçu por exemplo.Ou uma construção por parte de nossos governantes de uma identidade iguaçuana por nossos habitantes.Os prefeitos que Nova Iguaçu teve só se importaram com a história de Nova Iguaçu quando foi para pedir votos para intelectuais e pedir votos a elite iguaçuana para estes o louvarem.
Ney fazia parte da elite,de uma família que fez um dos primeiros colégio de Nova Iguaçu-o Colégio Leopoldo-de uma família pioneira do espiritismo,sendo sobrinho do grande palestrante espírita Leopoldo Machado.
Poderia viver das benesses da elite,mas viveu ao inverso..Estudou,se formou em direito jamais exercendoa advocacia,lutou contra ditadura,viveu intensamente o sexo,drogas e rocknroll sem pudor como repetia,ajudou guerrilheiros argentinos a desertar no Brasil,estudou tardiamente licenciatura de história para depois ainda fazer mais três pos graduações,viveu o pós derrame compondo samba.Na flauta.
Infelizmente veio um secretário que apenas queria usar de seu cargo para beneficiar politicamente e monetariamente.Que não respeita nem os contribuintes da cidades e nem a ética quanto mais respeitaria Ney Alberto.Desrespeitou a cultura iguaçuana,o guardião da historia de Nova Iguaçu
Quem agora vai guardar com tanto zelo e organizar arquivos da cidade como Ney fazia?Qual destino terá alguns arquivos que ficaram na salinha?O que o secretário vai fazer diante de sua atitude ter sido o motor para o adoecimento do Ney Alberto?E a classe artística iguaçuana o que fará contra esse infeliz secretário?Um ato será feito contra o secretário?Será que diante dessa morte o nosso museu sobre Nova Iguaçu será feito?
Enfim essa perguntas que ficam com a morte de Ney Alberto.Na verdade homenagens sinceras e hipócritas em vida e em morte Ney recebeu,agora que tal a pergunta o que será feito do acervo do Ney Alberto oudo futuro de um museu seja feito como uma homenagem a memória de Ney.
Aos que criticam o desrespeito ao Ney que foi feito pela prefeita Sheila Gama e o secretário Anderson Ávila não fique apenas em lamúrias ou protestos de bares e sim uma coisa concreta para cidade.Não em oportunismo mas sim ativismo cultural e na preservação de nossa história.
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