Escutem Leandro Vieira

Todos pensavam ou ainda pensam que o futuro do desfile das escolas de samba está nas alegorias e performance browadayana do carnaval de Paulo Barros, carnavalesco da Vila Isabel. Porém com as poucas vendas dos ingressos para o desfile de escola de samba no Rio de Janeiro,o futuro dos desfiles das escola de samba está no que pensa o carnavalesco mangueirense Leandro Vieira.Segundo Vieira, as escolas de samba está mais preocupada em impressionar a classe alta e os "gringos" que compram camarotes e vários ingressos na arquibancadas,onde acaba desvalorizando a classe mais pobre e até da classe média baixa. 

O enredo de Leandro Vieira para Mangueira,  "Com dinheiro ou sem dinheiro, eu brinco" é um brado ao carnaval popular e também crítica ao carnaval glaumourizado voltado ao mercado internacional.

Cada vez  mais as escolas de sambas estão se elitizando a começar de uma boa parte delas terem presidentes brancos e ter um aumento crescente de jovens de classe branca média frequentando as suas quadras.  Os pobres de outras cores estão cada vez mais sumindo das quadras das escolas de samba assim como também dos sambódromos.

A solução de Leandro Vieira é que as escolas de samba se volte mais para pessoa com poder aquisitivo mais baixo para que de fato não haja um crescente esvaziamento e até interesse dos desfiles das escolas de samba.

A política de ingressos caros e fantasias caras  em várias prestações fazem com que as pessoas curtam no conforto de sua casa os desfiles pela tv  ou que vá para rua pular nos blocos ou em festa de rua com preços mais acessíveis e alegria garantia. Fora que também as pessoas de saco cheio de desfile de escola de samba ou por motivos religiosos, acabem vendo filmes na tv fechada ou serviço de streaming de vídeo no Netflix,You Tube e Amazon.

Porém para a maioria das escolas de samba, pouco importa a baixa procura de ingressos. Na verdade, as escolas de samba não se sustentam com o ingressos de pessoas do sambódromo, mas sim das cotas de tv , patrocínios de empresas particulares , prefeitura e até dinheiro vindo de crime organizado( tráfico, milícia, contrabando, jogo do bicho)

Por mais que um sambista romântico diga que isso tudo que citei é uma grande bobagem, é melhor escutar mais Leandro Vieira com a proposta das escolas de samba serem para o povo.

Alguns dizem que a demolição do sambódromo seria uma ideia e que as escolas de samba voltasse para as ruas do centro do Rio de graça. Até que não seria ruim...

 

Queremos brincar

O carnavalesco da Mangueira  Leandro Vieira fez da polêmica decisão do prefeito Marcelo Crivella cortar metade das verbas para as escolas de samba um enredo que mostra que o carnaval é de todos:do rico ao mais pobre. Sem precisar ter dinheiro algum para se divertir no carnaval.

Inspirada numa marchinha de carnaval de 1944, Eu brinco, Leandro continuará a sua saga de mostrar um carnaval popular brasileiro na qual os componentes das escolas e o pessoal da arquibancada se sintam representados e assim aja mais interação. 

O tema proposto pelo jovem carnavalesco é um tema rico de várias histórias e vários objetos sobre o carnval a serem mostrados e também estimulante a uma alegre evolução e empolgação dos componentes que forem desfilar no sambódromo.

Leandro Vieira já colocou dois enredos anteriores na Mangueira  com uma pegada popular e não fez feio.Em 2015, a Mangueira ganhou com o enredo homenageando Maria Betânia e em 2016,a relação do povo com os santos católicos e da religião afro,onde ficou em quarto lugar com uma diferença de 0,3 pontos das campeãs Portela e Mocidade. 

O sambódromo viveu várias eras: dos enredos luxuosos de Joãozinho Trinta,do estilo rococó-secular de Rosa Magalhães, tropicalista do saudoso Fernando Pinto,do high tecnológico de Renato Lage e broadwyano de Paulo Barros. Que seja a vez do carnaval popular de Leandro Vieira e que inspire várias outras escolas a fazer o mesmo

  

Sobre o desfile de carnaval do Rio de Janeiro

O desfile desse ano aconteceu várias coisas. A vitória da Portela depois de mais de trinta anos sem título mexeu com a emoção do portelense que não vai mais falar que perdeu mais um título ou quase ganhamos. Brilhou mais uma vez a estrela do carnavalesco Paulo Barros que tem mais um título em seu currículo,que será mais importante do que conseguiu com as da Unidos da Tijuca. Mas a pergunta que fica,é se ele de fato ficará na Portela ou voltará para Unidos da Tijuca.

A grande novidade desse carnaval foi o carnavalesco Leandro Vieira.Não pelo título do ano passado com a Mangueira,mas sim pelas suas entrevistas em relação ao desfile de escola de samba desse ano.Bem articulado e com vastos conhecimento sobre o carnaval,deu uma entrevista reveladora sobre os desfile de escola de samba falando sobre a perda de público dos desfiles para os blocos de ruas e  que só com enredos simples e que os desfilantes possam não só desfilar,mas pular o carnaval e se divertir com ele, uma clara crítica aos desfiles técnicos e patrocinados (http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2017/02/1860545-carnaval-sem-dinheiro-pode-aumentar-fervor-diz-campeao-da-mangueira.shtml)

Também foi ótima a sua participação como comentarista do desfile das escolas de samba da série A,dando comentário sobre as escolas sem ser antiético e técnico de mais e também contando divertidas histórias sobre seu começo como carnavalesco.E ainda arriscou a narrar uma parte do carnaval. 

Rosa Magalhães deve ter escutado os conselhos de Leandro Vieira. Ligou o foda-se e agora na São Clemente se diverte fazendo carnaval,não se preocupando com possibilidade de títulos,Prefere desfilar nos carros que ajudou a ornamentar

Triste mesmo foi a tragédia com os carros do Paraíso da Tuiuti no domingo e Unidos da Tijuca na segunda onde resultou em vários feridos. Se a Liesa fosse uma instituição séria cancelaria o desfile,porém como tem em seus associados , traficantes,contraventores,milicianos e contrabandista,não foi novidade eles mandarem limpar o sangue e continuar a festa. E ainda não mandaram nenhum representante para ir no hospital se precisava de alguma ajuda.Que sejam processados! Ainda teve o Fernando Horta,presidente da Unidos da Tijuca,que ordenou que o carro com os feridos continuasse a andar com feridos dentro.Uma psicopatia tremenda.

Porém a única providência que a Liesa tomou foi não ter rebaixamento esse ano.Um tapa na cara da justiça e um salve a impunidade.