O jogador de vôlei cortado

 Quando eu era criança, piada de gay ( que era chamado de bicha) contada pelos comediantes Costinha e Ary Toledo eram motivos de gargalhadas. Pastores de igrejas evangélicas publicavam remédio e tratamento para homossexualismo nos jornais de grande circulação e canais de tv. Assassinato de travesti era mostrada  in loco nos jornais como Hora H e O Povo com a cara toda deformada por tiros ou porrada para vender jornais. Atores da Globo homossexuais sempre eram hetéros E ser gay ou travesti era se declarar leproso para sociedade. 

Graças a tecnologia e uma nova geração de pessoas que começaram a contestar o status quo imposto pela geração anterior começou a questionar o atraso e preconceito.

E assim, piadas sobre gays se tornaram sem graça, cura gay se mostrou ineficaz e ainda uma forma de tortura,  travesti hoje é trans , atores e atrizes publicam nas redes sociais fotos com seus cônjuges e namorados sem nenhum e ser GLBTQIAP é um orgulho a ser mostrado até que não haja preconceito.

Por isso o jogador de vôlei bolsonarista  Maurício acabou sendo muito criticado nas redes sociais por criticar o quadrinho da DC que mostrava o neto do Superman beijando um amigo. E depois de tantas reclamações, o time de vôlei Minas acabou forçosamente o demitindo porque os patrocinadores do time não querem suas marcas associada a time com um jogador que dissemina preconceito. Até porque o público GLBTQIAP não é mais um consumidor enrustido dos anos 80, agora é um militante e exigidor de respeito a sua forma de se identificar e amar.

E esportistas e artistas que forem a favor da discriminação sexual para supostamente defender a família brasileira, serão questionados e posteriormente cancelados.

Mesmo com aumento de seguidores no Twitter e no Instagram do jogador de vôlei homofobico ,isso na verdade acaba sendo uma propaganda negativa,

O caso do Maurício foi uma vitória contra o preconceito e avanço do direito GLBTQIAP.

Tiffany

É ótima a participação da jogadora de vôlei Tiffany. Infelizmente tenho que dizer que ela é transexual em vez de dizer que ela é mulher por causa do tema que vai reger esse post. Mas que com o tempo a gente trate Tiffany como mulher.

A participação de Tiffany na Superliga feminina é um avanço para transexuais femininos disputar qualquer esporte sem qualquer preconceito. E os números de pontos que ela fez na Superliga pelo clube Bauru a capacita ser convocada para a seleção brasileira feminina, o que seria um marco e avanço para o vôlei brasileiro e até mundial.

Porém o que está  em jogo é ela por ter sido homem, ter testerona a mais do que jogadora feminina, o que levaria a ter vantagem sobre as adversárias. Um debate interessante levantado por várias pessoas ligadas ao vôlei. Uns vão para a preocupação racional na qual a Tiffany poderia ter vantagem por causa de sua ossatura masculina e testtoerona. E que também se caso admita Tiffany jogar, os clubes e seleções coloquem trans para disputar partidas e deixe as jogadora cisgênero de fora. Outros vão para o preconceito mesmo, na qual tem pessoas transfóbicas ignorantes a pessoas em dúvidas com uma coisa nova. 

Uma das opiniões que veio para contribuir ao debate foi da ex-jogadora de vôlei Ana Paula Connely. Ela em um post no facebook falou do seu tempo de jogadora e falou que constantemente era submetida há vários exames de doping assim como suas companheira de quadra se submetia e que se caso Tiffany aparecesse, seria um contrassenso. Porém não se deve muito confiar na Ana Paula, devido a suas posições conservadoras e também de ter declarado apoio a Jair  Bolsonaro para presidente. 

Prefiro as declarações de algumas jogadoras que jogaram contra Tiffany  sentiram desvantagem. Nesse caso então, que as jogadoras relatem esse caso para que o FIVB( Federação Internacional de Voleibol) e CBV   ( Confederação Brasileira de Vôlei) e o COI ( Comitê Olimpico Internacional) para que haja debate sobre prós e contras. 

Que se fuja de achismos retrógados e solucione de forma científica e esportiva para dar paz tanto a Tiffany como todos envolvidos no esporte.