Os absurdos do Outro lado do paraíso

Outro lado do paraíso é uma novela ruim. O roteiro deixa vários furos, os personagens são exagerados e ainda rola picaretagem do autor e da emissora para faturar com a novela. Fora alguns atores canastrões nos papéis secundários. Apesar de todos os defeitos, a novela é um grude. É aquela novela que você sente o prazer de ver, mesmo  com os equívocos nela.  

Na primeira fase da novela estava muito chata e com aquela vontade de quebrar a tv devido a protagonista sofrer e não reagir. Porém na segunda fase, tem a reação da protagonista Clara ( Bianca Bin) que vai se vingando um a um que fizeram ela sofrer. Fora que apareceram vários personagens( até demais) que fizeram a novela ser mais dinâmica e alegre.

Porém a novela tem histórias ilógicas como a do psiquiatra gay Samuel ( Eriberto Leão)  que revela para sua mulher sua identidade sexual.   A reação da mulher  ( Ellen Roche) dele foi exageradérrima, e  depois ela revelou para todos que ele era gay. Mas no final ela mora junto com ele, o namorado dele, a sogra e pasmem, a ex-noiva do namorado do psiquiatra. E o quadro deles é um humor forçado sem graça. Assim como a prostituta que se finge virgem para conquistar um homem e o racismo exagerado de Tânia ( Eliane Giardini) que pelo menos passaria um bom tempo na cadeia. Sem falar do menino que não quer transar com a menina por achar ela pura e depois de separar dela não transará com a menina que ele engravidou na zona porque ela é mãe do filho dele. Uma batina para esse bambino.

O autor Walcyr Carrasco ainda quis impor que um tal de coach é melhor do que psicólogo. O conselho dos psicólogos ficaram puto e forçaram o autor se virar para dizer que psicólogo é necessário.

A falta de criatividade do autor faz de Sophia ( Marieta Severo) uma vilã mexicana com a vilã Nazaré Tedesco. Mesmo com a interpretação magistral da veterana atriz, a personagem é exagerada e clichê.

Tenho pena da Glória Pires. Mesmo com seu talento tem que passar credibilidade a sua personagem Duda/Eduarda com várias histórias do passado e do presente confusa. No máximo que você sente pelo personagem dela é carisma de tanto sofrimento de não se encontrar.

E Gael( Sérgio Guizé)Júpiter Maçã bêbado. 

Os diálogos são tão ruins que tem até obviedade na maioria das vezes.

Por mais que os atores se esforcem e a direção seja boa , o roteiro parece que é escrito por amadores. Porém pelo esforço dos atores que a novela consegue ser assistivél, senão a novela seria o maior fiasco das nove.

Crítica:O outro lado do paraíso

Clara (Bianca Bin) ,uma mocinha pobre do interior de Tocantins conhece Gael, filho de uma família rica da capital Casa-se com ele e acaba sofrendo agressões do seu marido, os maus tratos da sogra (Marieta Severo) que não a suporta e quer as terras dela para exploração de minério  e a cunhada(Grazi Massafera) que a odeia porque o namorado dela é apaixonado por Clara. Ela engravida de Gael e depois de tenta fugir com Renato ( Rafael  Cardoso), ela acaba sendo enclausurada num hospício a mando da sogra e cunhada.Enquanto isso,a sua desconhecida mãe (Glória Pires) é expulsa pelo seu sogro ( Juca de Oliveira)  que aproveita a oportunidade depois que ela sem querer empurra o seu ex-amante terraço abaixo em legitima defesa e ele acaba morrendo e assim faz que ela suma e assuma nova identidade.

 Essas história toda você não viu em algum lugar?O novelista Walcyr Carrasco fez uma mistureba de referências para fazer essa novela. Das novelas mexicanas,onde se tem o maquineísmo da mulher pobre que luta contra a megera sogra rica em busca do seu amor e depois dá uma virada se tornando rica,o filme Kill Bill na qual a protagonista quer ser vingar de todo mundo, cenas do faroeste, leve inspiração em Raízes e no romantismo francês de Victor Hugo e brasileiro de José de Alencar. E ainda a tonalidade dos diálogos da série "Verdades Secretas",na qual Walcyr também escreveu.

É bom todas essas referências ?Nem tanto.Porque as pessoas não ficarão tão surpresas com o andamento da novela e assim acabando perdendo interesse se caso a novela não apresentar uma novidade. Ai qual será a solução?

E a vilania dos personagens chega ser surreal.Só não é canastrona porque os atores são ótimos como Marieta Severo e Eliane Giardini que colocam humanidade nos personagens.Mesmo assim caiu no exagero com as atitudes dos vilões.

Também a novela necessidade de um escape de humor. A novela a todo momento é sisuda,mesmo quando aparece o personagem gay Nicácio,o Nick ( mais um gay estereotipado e engraçado) no seu salão de cabeleireiro,o tom é sério.Não tem qualquer coisa que o telespectador se identifique ou uma fala bordão que as pessoas falem nas ruas.

A primeira fase está lenta com os personagens maus se dando bem que os poucos bons está irritante a ponto de fazer o telespectador deixar de ver a novela.

Os atores estão dando um banho de interpretação sendo maiores do que o roteiro fraco e não deixando que seja uma novela mexicana.Destaque  para os veteranos atores Lima Duarte,Laura Cardoso e Fernanda Montenegro que emociona qualquer um. E Glória Pires dá  credibilidade a uma personagem clichê copiada da antiga novela mexicana "Prisioneira do amor"( isso porque ela lutou para que o destino de sua personagem fosse outro,se não ela sairia da novela)

E colocar cenário da novela do estado fora do eixo do Rio-S.Paulo , como Tocantins e colocar uma anã fazendo drama são quebras de tabus importantes,abrindo leque de diversidade. 

Essa novela não pode durar mais de seis meses devido ela ter um andamento de novela mexicana.A segunda fase é a virada da personagem de Clara que se vingará de todos, assim como folheto mexicano.Se ampliar mais meses,a novela ficará maçante.