Glória Maria perdeu a batalha para o câncer na quarta feira depois de toda a sua vida ter conseguido várias vitórias em sua vida.
A primeira vitória foi de se estabelecer na profissão de jornalista num país racista como Brasil na qual nos anos 70 , encontrar negros e negras nas redações de jornalismo era igual alguém que ganhasse na loteria.
Mas ela foi muito além: se tornou uma grande jornalista na qual tinha várias qualidades como ser espontânea, carismática e inteligente e fazer das matérias que participava um momento de entretenimento e de uma forma de informação fácil ao telespectador e assim virou referência. Referência a várias pessoas negras independente de profissão, Glória Maria chegou ao nível que foi Elis Regina, Gal Costa, Ricardo Boechat, Ayrton Senna e Pelé, na qual todos se inspiram, mas apenas no máximo pegam sua disciplina e algum talento.
O que me chama mais atenção além do talento dela, é também a sua misteriosa vida. Cada história contada por ela ou que contam dela sempre tinha alguma coisa misteriosa, dando entender que poderia ser uma meia verdade ou uma história falsa, mesmo sendo inspiradoras e engraçadas.
Mesmo com desconfianças sobre a veracidades das histórias, o carisma de Glória fazia que as pessoas nem ligassem para isso.
O mito que ela fazia sobre a idade dela, mesmo com os jornalista já terem descoberto, na verdade era um charme misturado com o desejo ferrenho de manter a discrição.
A vida dessa grande jornalista merece uma biografia de imediato para acabar com vários mitos ou completar as histórias sobre ela. Seria um código a ser desvendado que contribuiria para história da tv brasileira. Que se quebre com todo respeito a discrição inviolável que Glória construiu. E que tenha um biógrafo que seja um curioso igual a gente e não um fã ou amigo que leve também o mistério que a apresentadora fez com a sua vida.
