Cartão de natal

Foi se o tempo que as pessoas trocavam cartões de natal com escritos  de felicitações antecipadas de feliz natal e feliz ano novo com imagens natalinas com imagens de Jesus,do papai Noel, de um felino  ou canino com gorrinho vermelho  ou de lugares nevados. As pessoas se juntavam e escreviam nesses cartões desejos de felicidades a seus amigos e familiares. Um rito que continuava com envelopamento do cartão com cola e depois se escrevia a quem mandaria e ia com um monte desses envelopes com cartão de natal ao próximo correio para enviar esses cartões.Muita das vezes recebíamos de forma recíproca cartões de natal a quem demos.
Alguns tem o cartão até hoje e se lembra do passado com alegria e tristeza,dependendo se a pessoa está encarnada ou não. Ou então de emoção quando foi mandado por um filho,sobrinho,neto,uma amizade da infância ou adolescência.
Com o tempo esse rito que aproximava tantas pessoas acabou diminuindo bastante a tal ponto que nem existe mais inúmeros vendedores que tinham sua banquinha cheio de cartões de natal. Eu e minha mãe quando estávamos no centro de Nova Iguaçu ficávamos a escolher vários cartões a dar aos familiares,amigos e pessoas próximas.Eu sempre era o que mais escolhia  o mais bonito para dar a alguém. E sempre quando escrevia o escrito do cartão ou remetente era que quase uma aula de caligrafia na qual minha mãe cobrava com rigidez boa escrita.
A gente recebia cartões de várias pessoas.Duas eram de praxe: da amiga da minha mãe Cida,que todo ano desde 1986 até 2006 mandava um cartão nos felicitando. Com poucos estudos,escrevia com sua letra de garrancho,porém com muita verdade e amor.
Tia Manoelina,tio do meu pai,sempre mandava lá da longínqua Duas Barras um cartão desejando um feliz natal e ano novo acompanhado das fofocas de todos os parentes do meu pai e um convite para que fossemos passar dias lá.Meu pai até o fim da vida,nunca foi lá com a gente em Duas Barras por inúmeras desculpas que sempre dava.Raramente ele mesmo escrevia do próprio punho,uma carta,mandando minha mãe escrever uma resposta.Até hoje achamos que a Manoelina queria que falássemos de nossas vidas para que ela falasse para os outros.Um censo.
Minha irmã às vezes recebia do namorado ou da madrinha dela,cartões com pequenos relevos com musiquinha.Certa vez esse maroto blogueiro quis saber o que fazia aquele cartão cantar a musiquinha e se decepcionou que era fita com pequeno fio que fazia ela tocar e piscar.
Fora os cartões interesseiros do carteiro que pedia uma lembrancinha monetária
 depois.
Hoje com o avanço da internet,manda dois parágrafos com felicitações ou até um seco gifs bonitinhos.
Não reclamo da diminuição de troca de cartões,até porque árvores escaparam de ser mortas para se produzir um cartão.
Mas vejo que cada vez o tempo para desejar felicidades diminuiu.