Deveria estar explodindo de alegria pela possibilidade de um tipo de música tão abjeto e ruim como funk que está hoje, fosse proibido pelo congresso nacional através de um pedido popular feito pelo empresário paulista Marcelo Alonso. Meu saudoso pai estaria todo feliz se ouvisse tal possibilidade e torceria fervorosamente que tal coisa se torna-se efetivo.
Porém como sempre gostei da palavra liberdade,repudio tal proibição. Tal coisa era voltar no inicio das décadas iniciais do séc XX,onde o samba era considerado imoral. E também condenar bons e poucos funks que se tem por ai. E vamos combinar,proibir um ritmo musical que foi adotado por uma boa parte da sociedade brasileira,é ignorar a realidade socio-espacial de crianças, jovens e adultos que se divertem com o funk e tem seus ídolos,mesmo que estejam alienados.
E a proibição do funk na verdade não resultará em nada devido que isso será feita de forma secreta e ainda empurrará para criminalidade.O que vai ter de policial que vai acabar com bailes funks em vez de combaterem crimes mais sérios,não estará no gibi.
As alegações do empresário Marcelo Alonso são pífias e vagas,além de ser elitistas, preconceituosas e autoritárias
O empresário associou o funk a organização criminosa. É certo que o funk é adorado por bandidos traficantes,miliciano e policiais corruptos. Porém o criminoso também gosta de samba,sertanejo universitário,forró e até musica evangélica para abençoar seus trabalhos criminosos.
O empresário associa esse tipo de música a estupradores e pedófilos pelo alto conteúdo sexual. Com certeza alguns funk estimulam sexismo e machismo,onde a mulher se tornar um objeto a ser possuído, facilitando o estupro. Porém uma boa parte das mulheres são fortes e denunciam tentativas de abusos. E estuprador e pedófilo gosta de qualquer tipo de música.É só ter mal caráter.
Se fosse associar o funk com o uso de drogas e bebidas,poderia extinguir o rock mais velho do que o funk,onde várias pessoas morreram de overdose e cirrose e também suicídios. Não só rola droga e bebida em excesso em eventos funk e rock como outras festas de outros estilos musicais.
Sexo só no funk?Claro que muitos bailes funks se situam em vários bairros periféricos,onde é o único evento que existe nesses locais. Então como toda festa há paquera e até depois de muita conversa entre os interessados,pode rolar um algo mais. Independente de álcool ou não. Dependendo do tesão e do líbido. E pode rolar até a famosa suruba, se um grupo assim quiser.Como rolaria em outras festas de estilo musical como samba, dance,forró e até no gospel( o que já ouvi de história de pastor e seus auxiliares participando de orgias com as componentes do coral ou as levitas dançarinas)
O caso da exploração sexual, a famosa cafetinagem de prostituição feminina e travesti não tem nada a ver com estilo musical. No século XIX, cafetinas contratavam músicos para tocar Chopin e o religioso Bach para alegrar suas termas.
Outra alegação é que o funk é violento e criminoso,quando na verdade ele é inverso:é um relato musical da guerra sem fim nas favelas e comunidades entre traficantes e policiais.O funk exaltação denominado proibidão é um sintoma de um estado ausente e de presença de um governo paralelo de traficantes e milicianos. Resumindo: o funk denuncia a violência indiretamente ou não.
Alguns funks fazem apologia do crime,do sexo desrregado,exaltação ao capitalismo, inferiorização da mulher e tirania,mas também fala de outras coisas positivas como de crônicas do lugar, luta feminista,luta contra homofobia, amor, festa...mesmo que as letras sejam uma porcaria.
O empresário disse que fez essa ação para proteger o filho. Porém na verdade apenas o mima da vida real.Como se a proibição do funk acabasse com os erros do mundo que pudessem corromper crianças e jovens.Meu pai fazia diferente comigo: como baterista e militante da boa música,meu pai sempre colocava boas músicas em casa para escutar.Sempre escutávamos boa música junto e ele insistimente tentava me ensinar a diferença de vários tons musicais.O resultado é que não suporto funk.
A única coisa que o empresário paulista foi feliz foi dizer que outros ritmos musicais como axé,sertanejo universitário estão indo pelo mesmo nicho de ruindade musical.Denuncia tardia.
A ação desse senhor é um desserviço a democracia e nem deveria ser apreciado no congresso.Parece que essa ação absurda foi colocada absurdamente para obscurecer assuntos políticos como a ações da lava jato e as picaretagens de Temer.
O relator dessa ação no senado será o senador Romário de Souza(PSB-RJ) que é um declarado funkeiro.Já viu aonde esse projeto vai parar. No lixo,aonde não deveria ter saído.
Melhor forma de se combater funks ruins é pai e mãe colocar músicas boas para o filho escutar dentro de casa.Com certeza ele não levará a sério funk,sertanejo universitário,musica gospel e pagode mela cueca.Outra forma é o estado oferecer aulas de música nas escolas desde o primeiro ano escolar. Países como Japão,Suécia,Estados Unidos,Cuba e Noruega formam grandes e apreciadores de boa música.
Esse cidadão defensor das morais e bons costumes que fez uma lista de abaixo assinado para se proibir funk será candidato a um cargo legislativo por um partido de extrema direita e apoiando Bolsonaro. Palco ele já tem.