Nova
Iguaçu está em festa! Mas não pelo aniversário da cidade que foi comemorado em
15 de janeiro, mas sim porque São Pedro resolveu dar uma segurada lá em cima e
a cidade não voltou a fazer cosplay de piscinão de Ramos (ainda).
*Por Pedro Souza
A brincadeira é muito mais séria do que
parece. Infelizmente. No dia do aniversário de seu município o povo iguaçuano
tem muito pouco o que comemorar e embora o prefeito, Nelson Bornier, tenha pago
um cachê exorbitante para que o Naldo viesse fazer um show aqui em Nova Iguaçu para
celebrar mais uma primavera da antiga Maxambomba, os moradores de Austin – Os
que resistiram às últimas enchentes do mês de dezembro – Rezam para não chover
no bairro que foi um dos mais afetados em todo o Rio de Janeiro.
Não é a primeira vez que o prefeito
mostra descaso com o dinheiro público. O povo ainda amarga a lembrança de sua peça
de entrada: depois de uma candidatura onde exaltou o rombo deixado nos cofres públicos
pela gestão passada, sua primeira ação como governante da cidade foi mais que
dobrar o seu próprio salário para mais que o dobro. E o salário dele não
cresceu sozinho. O dos funcionários nomeados aumentou também. Foi uma farra que
acabou em pizza!
Não vou desmerecer o trabalho do artista contratado porque ele nada tem a ver com a má gestão dos recursos públicos, mas veja bem: no mês de dezembro as fortes chuvas que encheram rios e valões deixaram milhares de pessoas desabrigadas, um desaparecido e um sentimento de dor indizível para os moradores do município e o sertão virou mar nas ruas de Austin. Era de se esperar que o governo agisse prioritariamente a favor da população e que tomasse medidas imediatas para amenizar a situação, mas pouca coisa se fez de lá pra cá. Bornier, que na época achou de bom tom visitar os locais mais afetados pelas enchentes – ainda lhe resta algum senso do ridículo – disse estar sensibilizado e vomitou para os moradores afetados um discurso de “estamos juntos nessa” tão vazio quanto o “somos um Rio” do Paes.
Não vou desmerecer o trabalho do artista contratado porque ele nada tem a ver com a má gestão dos recursos públicos, mas veja bem: no mês de dezembro as fortes chuvas que encheram rios e valões deixaram milhares de pessoas desabrigadas, um desaparecido e um sentimento de dor indizível para os moradores do município e o sertão virou mar nas ruas de Austin. Era de se esperar que o governo agisse prioritariamente a favor da população e que tomasse medidas imediatas para amenizar a situação, mas pouca coisa se fez de lá pra cá. Bornier, que na época achou de bom tom visitar os locais mais afetados pelas enchentes – ainda lhe resta algum senso do ridículo – disse estar sensibilizado e vomitou para os moradores afetados um discurso de “estamos juntos nessa” tão vazio quanto o “somos um Rio” do Paes.
Isso já é o bastante pra escandalizar qualquer um,
certo? Mas ainda não é tudo. No show de aniversário da cidade não tiveram vez os
artistas locais, como já não vêm tendo mesmo desde o início da gestão Bornier.
O atual governo prestigia muito pouco seus artistas e foi capaz de deixar a
antiga Casa de Cultura – Agora a gestão mudou o nome para Complexo Cultural.
COMPLEXO! – Fechada por um ano alegando reformas. Triste para a classe
artística e para a cidade de Nova Iguaçu que já tem tão poucos aparelhos
culturais.
No entanto, para a gestão Bornier, o show de artistas
famosos e mais meia dúzia de eventos mal planejados parecem bastar para
promover a cultura na cidade. Essa postura do governo revela que os governantes
estão mais interessados em promover sua imagem através do marketing que geram
os artistas midiáticos e enquanto se faz campanha através da política de pão e
circo, Nova Iguaçu vai batendo palmas e cantando parabéns, mas ao som do primeiro
trovão corre a tirar a roupa do varal e suspender os móveis da sala.
*Pedro Souza é ator
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