domingo, 13 de janeiro de 2013

A farsa ecopolítica de Marina Silva

                                                                                                                   * Ricardo Portugal
Diferentemente de alguns pseudoecologistas que andam por aí atrás de "bocas" e "tetas" governamentais, em
 nome das quais vendem sem qualquer pudor ou escrúpulo sua alma e suas falsas "convicções" na questão ambiental, nunca compactuei com esse sistema que destroi a olhos vistos o planeta. E um dos ícones mais representativos dessa contraditória práxis política, tão afeita aos "ongueiros" de plantão e que busca conciliar sustentabilidade socioambiental com depredação, é a triste figura da ex-senadora Marina Silva.
Muitos desses verdadeiros "profissionais da causa verde", oportunistas e detentores do discurso ambientalista falseado costumam dizer que a simples presença do Homem na face da Terra compactua e consente com a destruição das condições de vida, mesmo sabedor dos problemas que o cercam. Discordo dessa visão equivocada e descompromissada com o coletivo.
O fato de reivindicarmos direitos perante o patrão que nos paga o salário, ou perante o governo que nos nega uma vida em comunhão com o meio ambiente e com nossos semelhantes, não significa que estamos compactuando com a destruição promovida pelo sistema capitalista. Esse argumento tem um vício de origem, qual seja o de tentar desqualificar a luta dos trabalhadores e excluídos por melhores condições de vida, responsabilizando-os pelos desequilíbrios e pelas agressões ambientais. E isso é um completo contra-senso. A busca dessa qualidade para nossas vidas implica em pressionar a classe dominante no mundo em promover a melhor distribuição das riquezas produzidas no planeta. Tal distribuição, se feita de forma a contemplar a todos indistintamente, é que será a responsável pelo equilíbrio sustentável da produção, o que nos levará a uma melhoria acentuada nas relações sociais e econômicas.
A violência é fruto da desigualdade e da injustiça com que os bens naturais e econômicos são partilhados. E a prática da distribuição razoavelmente igualitária não faz parte da política do Capitalismo, que se nutre da exclusão e do desequilíbrio entre as classes sociais, na base da exploração da mão-de-obra e do uso predador dos recursos naturais.
E o quê faz Marina Silva com seu discurso "ecossustentável" que não alerta para tal fato? O que ela sabe mas não tem a coragem política necessária para dizer é que a Sustentabilidade, como princípio norteador do desenvolvimento socioeconômico só será EFETIVAMENTE ALCANÇADA quando o Capitalismo for banido e extirpado do planeta, pois é na raiz dele que se concentram todas as premissas que vão levar à exploração desenfreada dos recursos naturais, para atender às necessidades de lucro do capital. E tal prática levará a mais exclusão social para a parcela majoritária da população, ou seja, os pobres e miseráveis, deserdados do sistema.
Ou não é o que acontece? Infelizmente esse raciocínio pra lá de óbvio não se reflete no discurso e na ação da ex-senadora verde Marina, cujo conceito de sustentabilidade afirma-se no contexto da "reforma", da "humanização" do Capitalismo, sem mexer em suas estruturas que levam ao desequilíbrio da Natureza, à acumulação de capital nas mãos de uma minoria e à exploração crescente da mão-de-obra dos trabalhadores. Marina Silva sabe disso, mas escamoteia a realidade com um discurso ambientalista estanque, sem guardar relação com o viés economicista do modo de produção da sociedade capitalista.
Pode ser que algum dia, as pessoas se conscientizarão e se libertarão coletivamente do Capitalismo..
Mas se isso ocorrer, não será graças à atuação ou aos discursos "ecossustentáveis" de Marina. A luta de classes, como processo dialético de transformação, é quem vai fazer girar a "roda da História", a partir da escassez dos recursos naturais, cujos efeitos devastadores cedo ou tarde se farão sentir, além das catástrofes climáticas que já ocorrem ao redor do mundo. Esses são os filhos nocivos do sistema, e que nossa ex-senadora tupiniquim sabe que vão definir os destinos da Humanidade.
Nunca afastei Marina Silva do rol dos aliados da Reserva Biológica do Tinguá. FOI ELA PRÓPRIA quem se afastou e ignorou essa importante causa ambiental. POR DUAS VEZES, recusou-se a colocar sua assinatura no abaixo-assinado pela defesa e manutenção da Rebio-Tinguá, na campanha presidencial de 2010. A primeira foi no ato público na Casa de Festas Riosampa, em Nova Iguaçu, que marcou o lançamento de sua candidatura à presidência da República.
A outra ocasião em que a ex-presidenciável Marina ignorou a Reserva do Tinguá foi novamente em 2010 no calçadão de Nova Iguaçu, onde promoveu caminhada eleitoral em busca de votos dos iguaçuanos. Mostrei-lhe o abaixo-assinado e pedi novamente sua assinatura. Outro recusa em assinar, e com a agravante de ter levado o papel do abaixo-assinado, sob a alegação de que iria "ler o documento". Detalhe: nesse abaixo-assinado, estava a assinatura de Fernando Gabeira, candidato a governador do estado do RJ pelo PV, que participava ao lado dela da caminhada no calçadão de Nova Iguaçu.
Onde está a coerência de Marina Silva com suas propostas transformadoras e renovadoras do "fazer político"??? Discurso bonito é uma coisa...prática nada coerente com ele é outra completamente diferente...
Ela é a primeira a negar com suas atitudes populistas tudo aquilo que diz acreditar e pregar como "novo"... Nada mais VELHO na política desse país do que ignorar e virar as costas para as causas dos movimentos sociais e ambientais...
E a Reserva do Tinguá surgiu a partir da vontade da sociedade e do movimento popular, de baixo para cima...
Aliás, ela é a única Unidade de Conservação do país com essa característica, tendo sido tombada como Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO em 1993, em razão de seu formidável potencial hídrico e a riqueza de sua biodiversidade.
*Ricardo Portugal – jornalista e militante ambientalista.
  FugidinhasO blog do Almeida já revelou nome do possivél secretário de cultura:Juninho do Pneu para secretário de cultura.Isso para que assuma o suplente Marcelo Lessa.O blog aqui já tinha falado sobre a nomeação de um vereador para secretária de cultura para uma pessoa de  relevância política assumir a camara dos vereadores.O blog lamenta caso isso aconteça,porque será um índicio que a secretária não será para atender as pessoas,mas sim a políticos.A cultura de nossa cidade infelizmente vai para o limbo de novo.Apesar de críticas severas a administração ao Lindberg Farias,a cultura de nossa cidade estava melhorando,porém com a ida do secretário 171 Anderson Ávila,a cultura declinou.Espera-se que Juninho do Pneu sendo espírita,seja humilde de ouvir as pessoas.**********************************************************************************Outra  notícia dada aqui é sobre o vereador Taffarel.Ele que empregava parentes(ex-esposas) para cargos em Nova Iguaçu e Mesquita.Aqui em Nova Iguaçu era o SEMASPV e SEMAD********************************************************************************** Será que o pré vestibular comunitário da prefeitura em Nova iguaçu vai continuar?Já demitiram um número consideravél das pessoas do projeto social do SEMED

 

4 comentários:

  1. seu post é muito interessante e concordo quando você nos mostra que o capitalismo é insustentável por sua própria natureza, mas lhe recomendo um estudo sobre a história de vida e militância politica de Marina Silva, uma pessoa que esteve ao lado de Chico Mendes e hoje tem ao seu lado Heloísa Helena, não creio que seja uma reacionária capitalista. Me parece que você sofre do eterno mal da esquerda: radicalismo. O ideal marinista não está a esquerda nem a direita, mas à frente, a dualidade esquerda x direita é tão antiga e ultrapassada quanto a necessidade de pensarmos outras vertentes.

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    1. Concordo em parte com o que você diz. Só que, para uma personalidade política marcadamente atuante na esfera ambiental, seria dever de ofício dela APOIAR UM MOVIMENTO SOCIAL da maior importância, como a luta em defesa da Rebio-Tinguá. E o fato de ter se recusado a assinar o abaixo-assinado do Tinguá por DUAS VEZES só a desacredita e depõe contra sua trajetória passada de lutas heroicas ao lado de Chico Mendes. No aspecto ideológico Marina também peca, ao não associar a destruição do meio ambiente como inerente à natureza predatória do sistema capitalista. Quer resolver a questão ambiental nos marcos de um sistema que se mantém à custa do esgotamento dos recursos naturais.

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  2. Querido Ricardo, é realmente espantoso quando pessoas que constroem suas vidas baseadas na defesa de bandeiras universais, como Marina Silva, que sempre se colocou em prol da preservação ambiental, inexplicavelmente renegam o seu passado, contudo meu caro, devo discordar quando você afirma que o desrespeito ao ambiente deve-se à natureza do sistema capitalista, pois os danos ambientais causados nos países do antigo bloco socialista, como por exemplo, a poluição do rio Spree por dejetos químicos provocada pela finada RDA, ainda estão longe de serem reparados, portanto, a postura predatória em relação à natureza é inerente ao ser humano, seja na busca do lucro fácil ou na realizção das metas econômicas planificadas pelo dirigismo estatal comunista.
    Um abraço do seu sempre amigo,
    Paulo Shem Tov

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  3. Marina Silva representa a moralidade, a ética, o crescimento econômico do país, mas com responsabilidade, isto é sem destruir a natureza e sem prejuízo para a qualidade de vida saúde de todos os seres humanos e, sobretudo garantindo a justiça social aos mais vulneráveis.
    A decisão por um novo partido demonstra que ela não se corrompe, não visa seus próprios interesses. O povo se engana fácil. Que Deus nos ilumine para não repetirmos o mesmo erro.
    MIss. Angela Duarte

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