segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Terra do nunca

 *Marcelo Feijó
Giges era um pastor a serviço do então soberano da Lídia. Devido a uma terrível tempestade e a um terremoto, abriu-se uma fenda no chão no local onde pastoreava o seu rebanho. Movido pela curiosidade, desceu pela fenda e viu, admirado, um cavalo de bronze, oco, com aberturas. E ao olhar através de uma das aberturas viu um homem de estatura gigantesca que parecia estar morto. O homem estava nu e tinha apenas um anel de ouro na mão. Giges o pegou e foi embora. Mais tarde, tendo os pastores se reunido, como de hábito, para fazer um relatório sobre os rebanhos ao rei, Giges compareceu à reunião usando o anel. Sentado entre os pastores, girou por acaso o anel, virando a pedra para o lado de dentro de sua mão, e imediatamente tornou-se invisível para os outros, que falavam dele como se não estivesse ali, o que o deixou muito espantado. Girou de novo o anel, rodando a pedra para fora, e tornou-se novamente visível. Perplexo, repetiu o feito para certificar-se de que o anel tinha esse poder e concluiu que ao virar a pedra para dentro tornava-se invisível e ao girá-la para fora voltava a ser visível. Tendo certeza disso, juntou-se aos pastores que iriam até o rei como representantes do grupo. Chegando ao palácio, seduziu a rainha e com a ajuda dela atacou e matou o soberano, apoderando-se do trono." Platão afirma que, tanto faz se colocarmos um anel desses no dedo de um homem justo e outro no dedo de um homem injusto, o fato é que não encontraremos ninguém com temperamento suficientemente forte para permanecer fiel à justiça e resistir à tentação de se apoderar dos bens e dos benefícios de outrem.
 Nicolau Maquiavel, o pai da ciência política moderna afirmava que o temor e o amor são forças antagônicas. Teria ele razão? "Os homens ofendem mais aos que amam do que aos que temem." 
Diante de tanta corrupção no cenário político do país, torna-se difícil eleger um representante "honesto".
Na verdade, honestidade é um atributo inutilizado pela aversão aos modelos transcendentes; Contudo, ainda aparecem corajosos citando a teologia Franciscana como base de discurso, Com esta confusão ideológica, segue o Brasil descendo a ladeira..... Vamos aguardar o próximo capítulo desta novela que parece não ter fim.
* Marcelo Feijó é filosofo,teólogo e professor de filosofia em rede de ensino particular

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