Acompanhei outras edições anteriores de Linha Direta e posso dizer que essa edição é feita para o pessoal da internet debater e não para as pessoas que veem tv casualmente.
Com a nova onda de true crime, gênero que fala sobre crime em várias forma de mídia como tv,internet e livro, a TV Globo quis entrar na onda também e fez tudo as pressas para que o programa saísse ao ar de qualquer jeito.
Antes uma possibilidade, rapidamente se tornou uma realidade quando séries documentais como Pacto Brutal da HBO, que falava sobre o assassinato da atriz Daniela Perez e até das séries da Globoplay como Caso Evandro, Quem matou Mariele e Flordelis deram audiência e debates sobre os casos.
Então a Globo retornou com o Linha Direta para falar com as pessoas que consomem esse tipo de gênero.
E convocaram o veterano apresentador Pedro Bial para apresentar e improvisaram um cenário neutro parecido com um galpão para que o programa fosse realizado.
O programa ontem não decepcionou, sendo a maior audiência da noite e com várias interações nas redes sociais. O caso mostrado foi o do caso Eloá, uma jovem morta pelo ex-namorado em Santo André. O formato foi do Pedro Bial entrevistando as pessoas que presenciaram de perto o drama de Eloá como policiais, um representante do Direitos Humanos do Ministério Público , um analista criminal e o rapaz que estava como refém no apartamento de Eloá. Sendo que a menina que foi duas vezes refém não quis participar do programa e acabou sendo usado um vídeo de 2009 na qual ela contou detalhes do crime.
A nova edição do programa policial foi ruim. A começar pelo apresentador Pedro Bial, que apesar de ter se esforçado para apresentar o programa. Era notório que ,ele estava no modo teatral lendo algo na tela e enquanto entrevistava as pessoas de modo ensaiado.
Uma outra coisa que o programa rompeu foi de mais valorizar os crimes acontecidos no passado do que os crimes recentes na qual ainda não foram resolvidos. Aliás quando falou de um crime recente na qual não se resolveu, foi por poucos minutos e finalizou sem dar mais pormenores sobre o assunto. Nas edições antigas de Linha Direta o foco era justamente os casos não solucionados. Quando aparecia casos antigos solucionados eram especiais que aconteciam uma vez ao mês.
Justamente acabaram com a função do programa: que era de desvendar crimes não solucionados. O programa na verdade foi para agradar os jovens da internet que adoram o true crime, o que deu muito certo.
Fora a cópia descarada do formato que fez sucesso no streaming , o programa Investigação Criminal que faz a narrativa dos fatos mostrando as fotos e entrevistas com os envolvidos no caso criminal. Porém a cópia foi muito mal feita, já que o programa Investigação Criminal dava bem mais sustos e falta de sono.
Infelizmente a produção do programa se preocupou em entregar um produto pop que agradasse aos fãs de true crime na internet e que gerasse discussões no espaço virtual esquecendo da originalidade e da função social do programa que marcou durante anos.
Haverá outros episódios do programa com audiência garantida, mas até quando?
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