A eleição do 2° turno no municipío do Rio de Janeiro é uma das coisas atípicas que aconteceram nessa cidade. Se derrotou uma grande máquina que é o PMDB,que durante 8 anos controlou a prefeitura e o governo estadual durante 16 anos.
Duas forças políticas totalmente diferentes. Crivella (PRB) é um senador e bispo da Igreja Universal na qual faz parte de um partido criado pela Igreja Universal para ter voz no parlamento. Um partido que na lógica da Revolução Francesa seria considerado montanhês,ou seja,apoia quem tá perto do poder. A grande vantagem de Crivella é que seu partido é aberto a qualquer negociação já que não tem qualquer viéis ideológico, sendo assim pragmático. Seu grupo político na verdade é a Igreja Universal, porém na verdade agrega grupos políticos de diversas cores desde grupos políticos regionais,religiosos e até fascistas.
Freixo(PSOL) é deputado estadual na qual faz parte de um partido de esquerda novo que saiu das costelas do PT. Tentou de início ser um partido revolucionário,mas se conformou com o reformismo de esquerda. É pior do que o PT em relação a falta de unidade,mas que de certa forma quando se tem um candidato,todos estão unidos por um candidato, o que é uma vantagem a Freixo. Fora que agora os partidos de esquerda reformista como PT,PC do B,PCO e os mais radicais como PSTU apoiam a empreitada de Freixo.Porém o que é grande vantagem de Freixo é ser honesto e viver uma vida de classe média. A desvantagem do Freixo é que as idéias avançadas como discussão sobre drogas,abortos e apoio a direitos do homossexuais afastam eleitores mais conservadores que se localizam na periferia na qual se tem parcos investimentos em educação e costumes religiosos inalterados, onde Crivella tem mais vantagem por ser religioso,ter poder de persuassão e candidatos que compram votos.
Na verdade a votação dos dois esclarece a desigualdade geográfica.Nas áreas que tem mais investimento econômico e tem maior pólo de educação e universidades como área da Tijuca,ZonaSul e Centro,Freixo tem vantagem,porém Crivella ganha em áreas como Zona Oeste,Zona Leolpodina,Madureira e Zona Norte pobre, onde há pouco investimento.
O interessante que se fala da vantagem de Crivella nas áreas citadas que tem vantagem,porém no centro desses bairros,a diferença de votação diminui como centro de Campo Grande,Bangu e Madureira. Sãoque tem maior investimento econômico e pessoas de classe média.
Na verdade essa situação continua inalterada desde quando César Maia disputou a eleição contra Benedita da Silva em 1992. E até hoje não há uma discussão para que haja uma reversão de preferência de votos.
A esquerda ainda acha que nas áreas periféricas são pessoas alienadas e compradas e a direita acha que ali não pode enganar o eleitor,por causa do discurso fraco que não vai enganar pessoas formadas.
Tanto Crivella e Freixo querem segurar as suas áreas de influência e as áreas que não consegue influir,é um voto bônus que pode ajudar na votação final.
O número de pessoas que anularam no primeiro turno ou simplesmente não foram vai ser um voto de ouro para os dois. Porém geralmente quem vota nulo no primeiro turno,não vota no segundo.
Como no início desse texto, a saga PMDB acabou porém Crivella pode abrir brechas para esse partido auxiliar no seu governo. Só acaba a eleição. Pode ser pior do que a comenda ou a mesma coisa que se vê no governo Paes. Previsivél.
Já no Freixo pelo menos há uma curiosidade do que ele pode fazer junto com o seu partido em relação a ter governabilidade da câmara dos vereadores, superar a "crise econômica" no Brasil e mudança para população mais pobre.
As eleições na cidade do Rio de Janeiro promete nos resultados finais.
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