quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Os fuçadores imparciais da reportagem brasileira:Geneton Moraes Neto e Gourlart de Andrade

Quando vejo essas reportagens de rua na qual aparece uma mulher vestidinha e maquiada ou um homem todo mauricinho com sorriso de plático, sinto um tédio e acabo nem prestando atenção na reportagem. Quando vejo Marcelo Adnet falar que acabou a entrevista séria e entrou a entrevista show,me dá raiva. 
E agora fico triste que a reportagem atrevida de Gourlart de Andrade e as entrevistas sérias e investigativas de Geneton Moraes Neto não estarão mais em nossas tv devido a morte desses brilhantes jornalistas.
A história desses dois jornalistas deviam servir para novos jornalistas que estão fazendo faculdade de jornalismo.Com certeza deveriam estar na bibliografia dos futuros jornalistas. Os vídeos desses dois jornalistas ficaram como exemplo do jornalista criativo e investigativo na qual a cara de pau e a desinibição são usadas para se buscar a verdade para o telespectador.
Resultado de imagem para geneton moraes neto e goulart de andradePoucas vezes vi Gourlart de Andrade. Quando adolescente,  via quando ele invadia inferninhos ou casas de swing com aquela esperança de ver alguma mulher pelada, mas no final acabava me interessando  mesmo pela entrevista aos anônimos que se satisfaziam sexualmente com suas taras. 
Às vezes abusava da escatologia,quando mostrava reportagens de cirurgias médicas ou espírituais com exibição de cortes grandes de corpos recheadas de sangue ou até exumação de um corpo como se fosse uma coisa bem natural como a que foi feita com Chico Mendes. Toda essa sensação de horror e nojo acabava diminuindo com a entrevista quase que didática que Gourlart de Andrade fazia.
Sempre com perguntas objetivas que qualquer um de casa queria fazer,acabava sendo esclarecidas pelas reportagens. 
Comecei a ver Geneton Moraes Neto nas entrevistas exclusivas que ele fazia no Fantástico. Com músicas de fundo séria, as entrevistas com celebridades do passado ou de pessoas que marcaram a história brasileira e mundial, como sobreviventes do nazismo e até astronautas que pisaram na lua, fazia que as pessoas aumentassem mais o volume da tv e pedir que as pessoas que tivesse em casa ficassem em silêncio.
A voz com alto sotaque pernambucano que fugia do estereótipo sudestino  acompanhada de tonalidade forte ficaram em nossos ouvidos como voz que buscava a verdade. 
Mas Geneton foi mais do que entrevistador,f oi um pesquisador voraz onde conseguiu a proeza de fazer um documentário entrevistando todos os jogadores da seleção uruguaia que venceu a seleção brasileira na Copa do Mundo em 1950, no famoso episódio do Maracanazo ou livros que ia fundo na questão sobre ditadura militar e seus personagens.
O que unia esses dois jornalistas foram a sua imparcialidade, na qual o entrevistado ou lugares denunciava os fatos por si só.
Uma pena que no Brasil tão cheios de mentiras e artificialidade, perdem pessoas que denunciavam a mentira e faziam que as matérias fizessem memórias como dizia Geneton.

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