sexta-feira, 20 de maio de 2016

A escola e a homossexualidade

Indo a uma escola pública para pegar livros doados, encontro uma mãe de um ex-aluno na qual desenvolvo um diálogo:
- Não está me reconhecendo?
-Não.
-Sou a mãe de ......, na qual você ajudou na questão da nota de sua matéria
-Ah,sim. Me lembro. Como está seu filho
-Mais ou menos. Está desanimado- com olhar confuso
-Ih,talvez deva ser alguma depressão- falei eu com mania de fazer diagnóstico,mas que as vezes dão certo.
-Não sei.O que você acha que eu devo fazer. Ele está feliz na escola,mas percebo que ele apenas mostra uma felicidade que não sente. Em casa só quer sabe de dormir e só fica no computador sem querer conversar com alguém. Ele já foi mais de sair na rua quando ia na igreja,mas ultimamente...Será que é porque não consegue uma namorada. Vai ver que ele está apaixonada por alguma menina com a qual ele é muito amigo.
Na verdade esse meu ex-aluno é gay e anda com várias meninas porque se sente melhor com coleguinhas meninas e ainda tem uma afetação comum a gays afeminados. Mas cadê minha  coragem de relatar a verdade da homossexualidade do filho e que a depressão vem justamente de ele não pode assumir livremente?
Acabei falando com a sofrida mãe procurar um psicológo para o filho. E seja que Deus quiser.
Na verdade não foi apenas um caso de alunos homossexuais que vejo na minha vida de professor em escola e escola. Vi alunos adolescentes como também até crianças de 10 anos que são gays.  Porém acabam sendo ignoradas essa questão como sendo apenas uma fase ou que ele é sensivél. Ou fingir que não existe nada, fazer vistas grossíssimas sobre o assunto.
Essas crianças e adolescentes acabam sendo levadas pelos pais nas igrejas que acham que homossexualidade é igual verme que apenas com orações exorcistas tira a vontade de ser gay ou lésbica.
Ou até no sentido literal da palavra de tirar "o bicho" da "bicha" segundo uma professora de história já cinquentenária quando falou de um aluno gay.
A escola que deveria tratar da questão da questão da identidade sexual como ciência de aula que faz o aluno gay ou lésbica se aceitar como tal e fazer que as pessoas o aceitem, acaba reproduzindo vícios religiosos de 5.000 anos atrás. Tanto que até é lei em Nova Iguaçu, na qual o professor não pode falar sobre questão de identidade sexual,"porque não pode incentivar o aluno a ter uma identidade sexual em idade adolescente ou infantil". Mas será que a pessoa é gay ou lésbica se ela for incetivada?
Os livros didáticos e o curriculum não incentiva o respeito e reconhecimento a pessoas que são gays ou lésbicas.
Infelizmente muito de meus amigos professores ferem a ética ao serem indiferentes ao assunto,dizendo que é vida privada dos aluno ou tratando ele com desdém.
Nosso dever é em nossas aulas sempre colocar abertamente contra qualquer tipo de preconceito,entre elas a homofobia. Mesmo aqueles professores que tem crença religiosa na qual o dogma condena a homossexualidade, tem de condenar sim a homofobia.
Até porque o professor que tanto incentiva o aluno estudar para ser alguém na vida, entra em contradição se não militar contra homofobia, já que este aluno não terá cabeça para estudar diante de tanto preconceitos sofridos.
Essa história de alunos gays e lésbicas não acolhidos de forma digna pelo seio da sociedade e da família é aluno deprimido que acaba buscando "fugas" como drogas que depois acaba morando na rua definhando até o fim com adição de várias doenças sexuais e psiquiátricas, isolamento em guetos com grupos semelhantes ao seu ou até recorrem a suícídio.
Poucos fazem do preconceito que sofreram uma gostosa limonada e acabam se dando bem e sendo exemplo a jovens e adultos GLBTs
Professor,  você também pode contribuir a favor de uma sociedade sem preconceitos.
Eu não pude falar para mãe daquele aluno que ele é gay. Mas fiquei com essa questão martelando na minha caixola que resultou nesse texto.

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