segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Parem de nos matar

 *Cleide Lucas

Não vou falar do aborto porque não me sinto ainda capaz de opinar sobre o assunto, nesse contexto que é tão particular e delicado.

Mas vamos tentar refletir sobre o fato de um ser humano se achar no direito de se apossar de nossos corpos a seu bel prazer. Digo nossos, porque quando uma violência dessas acontece com uma criança,  menina, mulher, é como se tivessem violentado todas nós. Todas nós do sexo feminino. As mulheres, meninas, crianças de hoje e as que ainda vão nascer. Meninas hoje, mulheres maduras amanhã. Que a mente doentia do macho, machista, não sabe distinguir nem respeitar, em qualquer idade ou fase da vida. É sim uma violência a nossos corpos, nossas consciências, nossa essência feminina. Tais atitudes nos dizem a todo momento que ser mulher, é não ter o direito de ser livre. É ter alguém que está acima de nós, decidindo sobre nossos atos, nossos passos, nossos direitos e deveres e sobre nossos corpos. Sim, esse corpo que é objeto de desejo doentio das mentes mais vis. 

Porque a dificuldade de enxergar na menina de 10 anos apenas a menina que é. Uma criança. Pura, inocente, com direito de ser criança. De brincar, correr, pular e não se preocupar com mais nada além de ser feliz, de ser criança?

Ah, por favor... Parem de nos matar! Parem de nos violentar dessa forma. De todas as formas. Não somos objetos. Somos seres humanos e merecemos respeito!

*Cleide Lucas é professora de ensino infantil da rede municipal de ensino

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